Nova ordem

"Tell me, how do I feel

Tell me now, How do I feel"

(New Order: Blue monday)

Manhã silenciosa, nada se ouvia, senão chiados de segunda-feira

Prevalecendo, me fazendo lembrar da última festa... Ontem

Cometi tanta besteira; havia “New Order” no tocador, vou me lembrando...

Blue monday na noite anterior e um tinto seco na turva taça que não secava...

... Remeto-me e nada, nada que desfaça ou esclareça, me ocorrendo

Só ela, a dor de cabeça no braço daquele sofá; há muitas estórias compiladas nesse dolorido “diário de incertezas”

Tento olhar e sinto dor, minha mente funciona, desvio da TV, apoio-me no braço...

... Cafetões e garotas pintadas permeiam os temas, enchem páginas de proezas, estão nos meus sonhos...

Você me disse depois do beijo: “Admita, suas confissões são piegas ao extremo! E as minhas também são!”

Coisas do tipo: “Adoro odiar-te!” ou “Dê-me a culpa, pois não...”

Ouvi "Strangelove", "Bizarre love triangle"... O "Erasure” era o “Pet Shop Boys”?

Ouço atento, outro longo beijo nem tento; e no meio da canção vinha a pieguice:

“Porque meus anos bons foram tão ruins?” E ríamos, dançando

Nos aproximando na pista... "Tão péssimos assim?"

E o tecnopop reverberava... Flash back! “Eu estou tão triste hoje”

Era o que cantavam; pelos sintetizadores e maquiagens se expressavam

E, sem nenhum pudor, emendavam...

“Todos os caras que amei nunca me entenderam!”

"De tanto ouvir, apaixonei"; foi o que você me disse quando "All she wants is" me lançou pelo túnel do tempo

Percebia na tradução: “Nunca menti para você... Mas também não dizia toda a verdade sempre"

Vou indo embora, outro beijo, e espero, na despedida, "Torch" terminar

Das festinhas sempre volto sozinho, entro no carro, aperto o play... Preciso me atualizar...

... Não há mais CDs ou K7s; os anos oitenta ficaram para trás, analógicos

Arquivos por pastas, seleciono “Nevermind” e saio do presídio, por própria vontade

O rock voltou, “In bloom” ecoa, tento entender o que se passa nessa cidade...

Mudamos de século; seu incômodo, para mim foi um alívio, minha necessidade

Pois, foi o “Nirvana” e o som de Seattle que me trouxeram identidade, trouxeram-me de volta a vida, do novo rock recebi a caridade

Sem excessos, sem frescuras, romperam-se as amarras! Diga-me garota, me explique o que sinto, entre em minha mente...

“Como um disco de três acordes pode mudar a respiração da gente?”

*Dedicado ao som de Seattle.

**Homenagem aos Flash backs anos oitenta e noventa.

Marciano James
Enviado por Marciano James em 30/06/2013
Reeditado em 30/06/2013
Código do texto: T4364845
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