Disseram-me certa vez:
- A fenda arde na têmpora 
                                  
da tarde!
Ainda, que nada entenda.
Algo fulmina-me o orgulho.
 
Como o gole intragável
d'um destilado barato.
Incoerência, que se alimenta
esbravejando tola demência...
 
Quisera ser justo,
ter meu amor compreendido...
Pudera ser somente seu!

Congelo-me ante sua partida.
Seus medos, essas regras,
nosso amor, reprimido.
 
                          Angra, 2006.