AS MOIRAS
As parcas são demais demoradas
Acumulo um tesouro e não uso
Minhas notas breve e semifusas no ar
E se viesse um dilúvio?
Que adiantaria todas essas coisas?
Sei tanta coisa mas tanta coisa
Que não sei se adiantaria para me salvar
além do opcional saber nadar
A dor se apresenta e muitas vezes sucumbe em renuncias
Ah se Eu tivesse um calhambeque que fosse
Pra muitas coisas estaria dando o meu salamaleque
As parcas são demasiadamente demoradas
Um tempo rezo outro vocifero
Não sei ... não sei ...
Na minha lerdeza sou tão ágil quanto uma foca
Eu aprendo muito com a solidão
Um simples poeta pra mim é um poetrasto
Se nele contiver ritmo ou métrica
Ou no mínimo um encanto
Admiro muito quem tem essa magia
As parcas são irritantes em sua demora
Que destino fiam-me elas se Eu mesmo as amarro?
Comigo as coisas são assim ... aos poucos vindo ...
No meu mundo tão noturno, tão soturno
Vou me franzino a testa,
cravando as unhas no cocuruto,
E puxando as minhas têmporas.
Onde estão os meus sentidos?
Em que ar estará a fragrância?
Parece que esta tudo fora do prumo
Porque continuo aqui de pé no chão
Mas as parcas são demoradas demais
Será que estou parado ou elas que estão descansando?