Sina minha

E aquele desejo que um dia fora tamanho

Acabou num balbuciar estranho

Inevitável, a sina minha vem castigar

Assim como o inverno tem de chegar

O olhar desvaneceu e rachou

estraçalhou aquele coração que amou

Até o algoz de escravidão chicoteou remido

compassivo agora, o olhar se "arretira", temido.

Grita por socorro até a lira dos meus melhores anos

chora por colo até aqueles meus sonhos insanos

revive em si a plena incerteza de se deleitar

num ciclo vicioso da solidão de amar

mas irrequieto os lábios ainda tremem, balbuciam

e as pestanas ainda se fecham na extasia

se for sina, tal veneno beberia

porque é melhor morrer que viver de histeria

e o veneno de extermínio que domina

aceitaria, pode ser que até a morte me abomina

porém, se for minha sina esse veneno beberia.

Angela Dias
Enviado por Angela Dias em 28/06/2013
Reeditado em 21/03/2014
Código do texto: T4361835
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.