PREGUIÇA

Pobre formiga que por mim passou

Te peguei, te boli, amassei, existiu ...

Lembro agora da barata que pela porta me incomodava

Como foi ágil uma lacraia que esquivou-me mesmo ferida em chineladas

Lá no quarto do meio sei que dorme um morcego que se esconde bem cedo

Estre uma leitura de Krishnamurti e outra, durmo e acordo, sonho e vigio:

Vivo momentos como se não existissem entre uma ação e uma reação

Haja poeira ... haja sujeira ...

E agora lá na entrada um cheiro de rato moribundo

Será mironga sibilina?

Penso assim por ter diferenças claras com alguns alheios ...

Na proporção e na preposição

Se eles são limpos na matéria sou limpo no espírito

Maria entre tantas Marias

Onde está minha Maria

Que amamenta minha filha?

Deve estar tão nervosa e sombria

Não sabe do mal e nem desconfia

Do paliativo objetivo que Eu via

Outra Maria tão linda numa capa de revista

Misturada ao cerúleo do céu e ao incolor do vento

E no meu auto prazer me deleitava como se participasse de uma orgia!

E é assim que vivo e nisso que habito

No fedorento e com os peçonhentos

Meu asseio é uma exceção

E com umas Marias cumpro minha obrigação

Com outras despacho meu tesão

E na esperança de uma espera que ninguém espera

Luto com a fera não vendo a hora de estar com a bela

Subjetivo e rendido a força química de uma quimera

De um amor oportuno e impróprio renascido do limbo!

Eugênio O Vate
Enviado por Eugênio O Vate em 26/06/2013
Código do texto: T4359385
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.