ALGUÉM A QUEM AMO

Dizia-se um zumbi
Pois sofria de insônia
Por causa de não dormir.
E uma tristeza medonha
Não lhe deixava sorri
Era uma solidão tamanha
Até que o conheci
E nos uniu uma chama.


Não é ZUMBI dos Palmares
Mas zumbi das madrugadas
Que vivia nos meus sonhos,
Que era também solitária.
Um zumbi de voz macia,
Que à distância me acalentava,
E à solidão se associa,
Nas noites tão estreladas.

Até a distância física
Apesar dos desenganos
Torna-se menos doída
Pois é ele a quem eu chamo.
No mundo dos tão sozinho
É o silêncio quem grita
Na imensidão sem carinho
Então a alma se agita.

Ele vive nos meus sonhos
Nesta realidade infinita,
Neste silêncio profundo,
Tem a alma sempre aflita.
Um grito silencioso
Pois a dor não se limita
Rasga o peito e de desgosto
É o coração quem lhe dita.