Pausa

Estou em pausa. Aqueles momentos, instantes, dias e tempos parada.

Uma pausa como se eu fosse uma orquestra em movimento – sem som.

Hoje, não quero me aprofundar dentro das coisas. Estou querendo imitar algum encanto da natureza... Será a nuvem, será o sol, será o ar. Beleza estática em pleno movimentar. Beija-flor...

Congelei minhas lágrimas para aquecer o tempo. Parece que ando sumida de mim e ninguém sabe ou percebe, talvez em poucos momentos. Vez ou outra um pássaro canta na janela; uma folha cai de uma árvore – um botão de rosa se abre. Nada mais é visto, além disso. Dou-me esse tempo fugidio. Não caminho e nem fico. Posso sorrir, cantar. Sem estar. Estou em pausa de mim...

Logo te beijo de novo mamãe, procurando no profundo dos teus olhos, o fio de luz do momento exato em que me inventaste.

Verônica Aroucha
Enviado por Verônica Aroucha em 18/08/2005
Código do texto: T43555
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