Breves constatações sobre o meu amor (II)
Eu não te amo pelos os teus olhos que possuem o brilho frio de um cometa. Nem por tua confiança excessiva de que o mundo pertence a quem destruí-lo. Eu não te amo pela tua capacidade de morrer e reviver a cada instante, embora este seja um dos abismos que me atraem. Eu não te amo pelo o teu modo lunático de encarar a vida, me contagiando com tua loucura abstrata e inconcebível aos olhos da sociedade. Eu não te amo pela beleza das tuas palavras ou porque tu me fazes bem. Nem porque na nossa solidão compartilhada o tempo inexiste.
Eu te amo porque este amor me possui e transborda em mim, explodindo nas minhas pálpebras, lábios e ossos - como borboletas que nascem em minha alma e voam diretamente à ti.
(Texto sob o pseudônimo de Ernesto Buñel)