COMO A TERRA DAS PAIXÕES

Linda Terra azul de águas verdes e claras

Exuberante percorres teu caminho elíptico

Mas envolto pelo teu astro rei, também choras

Pois dele és prisioneira como os amantes

A cada um dos quatro cantos que vagas

É deixado um significante modo de ser

Porque ora estás quente como a paixão

Ora fazes rolar a dor que dos olhos flui

Primavera, equinócio que te faz bela

Que te enche de cores de todas as flores

Que clamam pelos beijos polinizadores

Inspiram aos olhos sussurros de amor

Verão, solstício que muito te esquenta

Que te traz a pungência alegre da vida

Que prepara teu lindo céu pra se amar

Como rosa escarlate a desabrochar

Outono, equinócio inverso que te recolhe

Mas que te prepara para a renovação

Fechada estás na natural reconciliação

Mesmo assim, a terra tornas fértil

Inverno, solstício que muito te faz chorar

Que te desperta e te lava toda a alma

Fria fúria úmida que atormenta o coração

Mas deixa outra esperança de te ver aflorar

Por fim, sempre serás muito bela

Qualquer posição que tomas

Aos olhos encherás de lágrimas

De amor, de alegria e de paixão