Carícias do vento
Ouviu passos, desceu a escada com o coração acelerado e respiração ofegante. Já na sala se deu conta que tudo estava silêncio, só vento brincava com os galhos das árvores lá fora. Respirou fundo, olhou a seu derredor seu olhar ainda adaptando – se ao escuro da madrugada, no coração uma chama dolorida se espalhava devagar, machucando, rasgando... O vento lá fora foi tão forte que abriu a janela (talvez tenha apenas encostado), ela não lembrava. O vento atrevidamente balançou seus cabelos negros e longos, brincou de tentar levantar seu robe que esvoaçava em seu corpo esguio e ela parada olhando a escuridão lá fora pela janela aberta... Seu coração agora sangrava e o sangue se transformava em lágrimas que seu corpo expelia para fora por seus lindos olhos negros. Sentou-se no último degrau da escada nem ligando para o atrevimento do vento que acariciava sua face e brincava com seus cabelos, estava só, os passos que ouviu foi seu desejo querendo demais que seu amor retornasse... Ele não veio, mais uma noite de espera, mais uma madrugada de frio...
Jacinta Santos
17/06/13