sólidas horas embriagadas
essa carta queima. foi criada não por palavras, mas pelo mesmo tecido da tristeza, nua e sem fronteiras. está a milhas de distancia e é só uma linha separando o céu do mar. fala de nosso nada. perdidamente solitário. quer matar aqui dentro essa sua paciência em não assassiná-la com todas as balas que a procuram como destino. inundada em amor, antes de se lançar em sua solidão. sente falta de seus olhos brilhantes, eternos. vive o cansaço dessa eternidade e a falta dela pelos dias adentra despetalando o silencio. você meu amor, partiu meu coração. ninguém ouviu. envenenou minha caneta. tudo morre. essa carta ama como quer, é livre. grudado a todos os detalhes... é você quem está em correntes.