Amando-a no crepúsculo...
Amando-a no crepúsculo...
(poema escrito por Janil Lopes Corrêa - jlc - jan).
Olhe a noite minha querida.
Sinta-a com toda a sua emoção,
Nem que seja só hoje minha vida.
Veja-a como só os poetas a vêm,
Na beleza de um amor eterno.
Preste atenção meu amor!
Pois acontecerá na sua presença,
Num piscar dos seus olhos,
O flerte dela com o crepúsculo,
Silenciosamente, atrás da montanha,
Onde se põe o sol à procura da lua.
Ouça-me, com atenção, minha vida!
Quando o dia morrer
E o ruído da metrópole quase desaparecer.
Eles estarão fazendo amor
Sobre a cidade e, assim, permanecerão,
Até o amanhecer.
Será neste momento, lindo, único,
De bela manifestação da mãe natureza,
Quando, privilegiadas testemunhas, nos tornaremos
Que pedirei ao crepúsculo que, com sua luz suave,
Conceda-me a suprema inspiração,
De fazê-la minha rainha, nesta noite,
Para que eu componha um soneto
E nele relembre a beleza
Dos seus olhos minha musa.
Se ele me atender, meu anjo.
Sussurrarei então, em seus ouvidos, ternas palavras
E em meus versos, transbordarei meu coração,
Ao envolvê-la na suavidade de minhas carícias.
Juntos, sob o crepúsculo, à noite e o luar,
Abraçados, admiraremos a grandeza do universo
E contaremos, no céu, as estrelas cadentes
Que a cada segundo, penetrarem o espaço em fogo,
Enquanto faremos nossos pedidos, nossos juramentos.
Conversaremos, então, como amantes sonhadores,
Nos tocaremos em êxtase,
Falaremos de todo o nosso desejo,
Da nossa coragem de viver esse sonho bom,
Aquecendo-nos, no calor de nossos beijos,
Na paixão que envolverá nossos corpos ardentes.
No toque de nossas bocas,
Lábios e línguas sedentas.
Em nossas salivas, trocaremos nossas almas,
Permitiremos sentir a força do nosso amor,
Como se fossemos os únicos
A encontrar, no amor, a solução de tudo,
Exatamente como fazem a noite e o crepúsculo,
Que são, para nós poetas, os primeiros amantes.
Poderemos ficar, como eles,
Presos um no outro, num gozo infinito,
Voando para fora de nós mesmos, como num sonho,
Até que a noite e o crepúsculo se beijem outra vez.
Ah amor meu, somente meu!
Deixe-me vê-la sob a luz desse luar
Como o crepúsculo vê e ama a noite,
Mostrar porque viveremos,
Nesse momento mágico,
O amor de uma vida longa,
Cantando-o como numa serenata
E nesse arrebatamento, transformar em séculos,
Nossas horas, minutos e segundos,
Para que possamos, para sempre, estar juntos,
Como fazem a noite e o crepúsculo,
Ligados desde sempre, eternamente.