Minhas lembranças...
Minhas lembranças...
(prosa poética escrita por Janil Lopes Corrêa - jlc - jan)
Foram embora de repente, como chegaram bem mansas, sem que eu sentisse ou percebesse, deixando essa saudade na gente e essa imensa insegurança, quando para bem longe de mim sumiram as minhas lembranças.
Não sei o porquê de tudo isso. Só sei que está me aborrecendo e que, com certeza, não é prazer o que, agora, estou sentindo e não duvide disso, pois estou sofrendo, ao vê-las de repente sumindo!
Não deveria tê-las deixado se afastarem de mim, assim, se eu sabia que sem elas, um dia, e tinha certeza disso, só essa tristeza me sobraria para me consumir enfim, pois estou me sentindo mais velho e é sinal de que já me aproximo do fim.
É da presença delas, novamente, o que mais preciso ter e o que mais definitivamente eu quero e preciso, em minha mente, reter. Porque, sentindo-as rapidamente se afastarem de mim, sem que nada eu possa fazer para isso impedir, assim, jamais voltarei a ser feliz, sem que elas possam retornar!
Sabendo que o retorno de minhas lembranças é meu único desejo, agora, devo crer e somente acreditar que é delas que dependo, para novamente ser feliz, voltar a viver. Afinal, como sem elas, poderei relembrar da parte da minha vida, a mais importante, principalmente, daquelas que dela, com grande emoção participaram, além de serem as mais lindas cicatrizes que em meu coração, definitivamente, marcaram?
Como sem essas lembranças, eu poderia falar dos meus amores, se foram todas elas testemunhas da minha imensa felicidade e de todas as minhas dores?
Alguns anjos de candura, belas e delicadas criaturas, outras, poucas, um tanto malvadas, e daí(?) se, ainda assim, minhas vidas preencheram, enriqueceram-na e lhe deram mais cores, tomaram conta de mim, meu ser invadiram, danadinhas sedutoras, essas minhas ex-mulheres e, apesar de serem da terra e não do céu, com suas vozes ternas, doces me encantaram, suaves me arrebataram, quando tantas vezes descerraram o imaginário véu em que envolto eu vivi. Sutilmente, foram elas que, tantas vezes invadiram meu coração e, lentamente, todos esses anos, adoçaram minha vida, com seu delicado mel.
Possibilitando que minhas lembranças retornem e que cada uma dessas mulheres nelas permaneça, permitirá Deus que eu continue procurando, porque, ainda, insatisfeito, aquela que será a definitiva e derradeira mulher da minha vida, o amor que levarei comigo, em minhas retinas, quando as janelas da minh’alma se fecharem para sempre e eu partir para a eternidade...