Lápis, papel e lágrimas
Tenho estado triste, os versos pobres, aquele céu acinzentado me incomodando, as lembranças dos lençois me perturbando.
Tenho vontade de gritar, meu coração esmagado, ponho as mãos no peito a verificar se ainda bate, os flashs vem e vão, sua voz ainda está aqui, o seu cheiro nas minhas narinas, as marcas das unhas, seu fantasma não me abandona.
Quero me limpar, desvencilhar-me desta rede invisível me prendendo, arrancando minha respiração. É dia, mas está tão escuro e sombrio, sinto frio mesmo aquecido, por mais que eu me lave, você não sai.
Não quero mais esta sensação, não aguento mais fechar os olhos e ser beijado, pois ao abrí-los você não está.
Aquele calor gostoso nos dias de chuva... Eu odeio o inverno, tudo que me lembra você, você e tudo que me trouxe.
Incendeio todas as memórias, minha mente está no inferno, tudo se queima, mas nunca morre.
Fujo para o teclado, poetando encontro afago, meu editor de texto, fiel companheiro sempre disposto, foram os tempos do lápis, papel e lágrimas.