Espasmos Noturnos

Espasmos noturnos, entre um pesadelo e outro, partículas voam ao meu redor

Impossível levantar dessa força que me retêm, era um corpo ontem a noite, éramos nós dois e mais nada.

Eram sonhos, promessas, era a vontade.

Mas os pesadelos não acabam, não enquanto eu não acordo.

E quando acordar, tenho medo do que posso encontrar

Eram mães em frente a maternidade, eram filhos baleados, e pais embriagados,

Havia sangue e rosas e não havia caminho a se escolher

Mais um espasmo, uma cãibra concentrada na panturrilha esquerda, um isqueiro perdido em meio a tanta gasolina. Um cigarro sem acender.

Atravessou a rua na minha frente.

Uma chuva incontestável, uma velocidade sem medida, um corpo ao céu.

No bar, um berço, o nosso, dormimos e nos denominávamos adultos mimados entre o café de todo dia e o sexo forçado a noite

Mais álcool

Já amanhecia, sem coragem nenhuma, apaziguando pensamentos inférteis.

A seringa padecia ao chão.

Ao meio do céu, o sol estrelava, em um palco só seu. Em um mundo que girava fora daqui.

Pela janela, com frestas quebradas, avariando minha visão

Eu assimilava seu reflexo nu

E dissimulava as ideias já pouco usadas enquanto você ia assumindo formas, até se esvair no reflexo perdido que me acordou.

Ao som de BON IVER - PERTH

Paula Rodrigues (Coka)
Enviado por Paula Rodrigues (Coka) em 12/06/2013
Reeditado em 12/06/2013
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