Meu desejo nesta data...
Após as doze badaladas teremos o dia 12 de junho tão esperado pelo comércio das flores, bombons, lingeries, motéis e promessas mil de eterno amor. Não pense você que está lendo este texto agora que estou amargurada, com dor de cotovelo, com inveja do seu amor que transpira pelos olhos, que arrepia até a sola do pé quando chega a hora do encontro, que se contorce inteira quando o celular toca ou coisas mais.
Que isso, pessoa. Estou falando do comércio do amor. Isso, comércio do amor.
Milhares de coraçõezinhos roxos, isso mesmo, mudaram a cor este ano, de vermelho pra roxo, estampados nas vitrines das lojas e até supermercados.
E caímos na tentação da rede, e compramos, e inventamos, e esquecemos do simples/ do abraço, do beijo, do sussurro, do enroscar de pernas sob edredons, da vontade que o mundo silencie para que o amor se propague através do vento e das flores que continuam nas roseiras.
Deixemos o comércio do amor para quem não sabe amar.
Busquemos as mãos de quem amamos num aperto de palavras e saiamos sem rumo, só pelo fato de estar.
Meu desejo é que o amor se propague na simplicidade, no toque, na verdade e na cumplicidade. Que ele seja simples de coração e que os olhos espelhem a verdade que há dentro de cada um. Amor sem melindres, sem retoques, amor de aceitação, amor doação, amor união.
Enquanto amarmos com posse e direitos seremos tal e qual os sem terra, nada teremos porque viveremos em luta, guerra, mortos e feridos.
Para você que vai acordar ao lado do seu amor, para você que vai se arrumar para encontrá-lo e para todos aqueles que estão na fila de espera, o meu beijo de eterno amor.