Névoa

Depois era a chuva que caía.

Eu respirava fundo sentindo o cheiro da terra molhada prá nunca mais esquecer do teu chão, do teu jeito de caminhar como se a rua fosse uma estrada a céu aberto repleto de estrelas cadentes na contramão.

Eu buscava tua mão prá não me perder, buscando proteção eu buscava não te perder.

Depois era a dança na névoa.

Eu seguia tuas formas no sereno com o silêncio dos meus olhos acompanhando tua luz contra o vento, até onde pudesse alcançar prá nunca mais esquecer do teu jeito de ir embora, assim a qualquer hora, como quem parte querendo ficar.