NÃO SE SENTIR SÓ

Ainda que me sinta só nas minhas andanças,

sei que vais comigo e quando chego ao meu

destino te fazes presente faz tempo, sem que

eu percebesse que passaste por mim.

E se o caminho é pedreguento, íngreme, poento,

e cansado vou, Tu me carregas nos ombros teus

antes que eu me fira os pés na minha sofrível

jornada.

Eis que o dia se esvai dando lugar à noite

escura de sonhos esvoaçantes. Nesta hora o

cansaço já me domina e o sono se de mim

aproxima algoz a se tornar alucinante.

E se a escuridão me turvar não temerei, pois,

percebo-Te enquanto um simples lampejo a

clarear minh’alma, redefinindo-me o caminho,

ainda que faça escuro.

Ao raiar do novo dia vens escondido no dia

novo, no cantar da passarada, no orvalho

da manhã e na relva que aos campos e flores

embelezam e dão frescor, fulgor e viço.

José Luciano
Enviado por José Luciano em 10/06/2013
Código do texto: T4335156
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