O LOUCO E O INSANO

E o louco apontou estrelas,

Em plena luz do dia...

O insano cortou-lhe os pulsos,

Com sua arma fria...

E o louco a contar histórias,

De pirilampos e querubins...

O insano cortou-lhe a garganta

E nas fantasias deu-lhe fim...

E o louco rindo de si,

Dos amores e dos sonhos...

O insano despertou-lhe

Com um balde de água fria...

Que incoerência esses dois,

Que de humanos também se vestem...

Um alcança as estrelas,

E o outro, na vida padece...

Ah! Se todos os insanos,

Respeitassem a loucura...

Os loucos construiriam seu mundo

Sem ódio, sem opressão,

Sem estar os insanos,

A tirar-lhes a razão...

Se, loucura fosse doença

Haveria uma cura...

Se, insanidade for sapiência,

Todo insano morrerá toscos

Sem que um louco consiga

Amaciar seu coração...

Albertina Chraim