para seus cabelos que crescem no tinteiro
quando chove eu sumo. soando bem longe. algo que não posso dizer. quando o sol bate de certa forma na calçada e aperta a vida. dá uma vontade de chorar e tudo que fica escondido aparece. como se não houvesse amanhã. quando procuras no peito a parte de mim que estava faltando. como um vicio que não podes dobrar. vestindo meu silencio. eu me lembro de ti aqui dentro e conto os minutos. se no segundo seguinte devolves o tempo que se afoga lentamente no guardanapo e escorre livre pelo rosto. tal qual um castigo que tarde. deixas no ar um gesto. quando paras o tempo para que eu passe como se fosse vento. me alicia. perco-me onde minhas mãos não podem ir. enlouqueço-te. pois em mim não há espaço. Deus cuida dos detalhes...