Tendências Suicidas
Flertando com a dor,
Você se aproxima do conforto indescritível de não ter nada a perder
Latejando, latejando
Sua mente está entrando em colapso
O ontem se confunde com o hoje
Matando a rotina que você entreve
Raiva intumescida
Feridas abertas em meio à discrepância de um tumor social
Seus olhos avermelhados de noites mal dormidas
Anseiam pela hora de fazer seu sangue pulsar e jorrar
Até que a dor seja aliviada
Entrando em estase
É garoto, você está enganando o medo
Entorpecendo a alegria
Assassinando seus demônios interiores
Em meio às luzes de uma tarde tomada pela morbidez
Você olhava pela janela daquela sala de primário
Com olhos aflitos e tomados pelo receio
E eles batiam em você, te jogavam no chão,
Queriam te ensinar sobre a violência
Brutalidade, brutalidade
E você sangrava, mas não chorava
Eles queriam te ver assim, implorando com lágrimas nos olhos
Mas seu orgulho estava lá, segurado sua dor
E o ódio sendo alimentado por aqueles animais medonhos
Risadas, chutes, socos
O barulho não cessava, mas você sabia que uma hora aquilo teria fim
O mundo joga com você, brinca com seus sentimentos
E você assistiu a tudo
A impunidade, enquanto limpava o sangue que escorria de seu nariz
Sua camisa tomada pelo vermelho
Enquanto todo o resto se afasta de você
Matando, matando
Sua humanidade
Devorando sua alma
Não, não é como contos de terror
É bem pior!
Os monstros não estão embaixo da sua cama
Eles estão ao seu lado, andam, respiram e se portam como seres humanos
Chacoalhando sua cabeça,
Sujando seus sonhos, trazendo o inferno para o seu mundo
Rezar não adianta mais
Suas orações não foram atendidas a tempo
Então o sangue escorre, e depois jorra
Naquele chão úmido de banheiro
Sua visão escurece
É a dor está indo embora, os monstros estão ficando longe de você
E o silêncio é o que se pode escutar agora...