Ter uma obra!

Ter uma obra!

Não se pode mensurar o alcance de uma obra,

O homem, enquanto vivo, não pode perceber

O tamanho da sua mão, nem até onde pode ir a sua voz.

É injusto, dizem alguns que almejam a gloria em vida,

Entretanto, eu como um visionário não comungo dessa crença;

A gloria póstuma é que mais fascina um lunático real

Quero que meus textos sejam lidos nos séculos vindouros

Quero ser esquecido por algum tempo.

Sei que o vigor do meu espírito suportara a poeira estelar

E em algum lugar minha obra mesmo desconhecida viverá,

Alcançará a era gloriosa do Super-homem.

Um escritor, assustado com o que produzira pensou em destruir

Aquilo que mais desejou, como um filho espiritual, do coração

Ao observar a virtude de um filho varão, ao constatar sua nobreza

Teve medo de deixá-lo em um mundo cruel, preferiu vê-lo morto,

A pensar no que seria seu futuro em mãos tão vulgares.

Eu penso que o futuro do homem, quanto espécie está nas mãos

De quem plantas flores no deserto, de quem jogar pérolas aos porcos.

Evan do Carmo

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 31/03/2007
Reeditado em 31/03/2007
Código do texto: T433104