Ter uma obra!
Ter uma obra!
Não se pode mensurar o alcance de uma obra,
O homem, enquanto vivo, não pode perceber
O tamanho da sua mão, nem até onde pode ir a sua voz.
É injusto, dizem alguns que almejam a gloria em vida,
Entretanto, eu como um visionário não comungo dessa crença;
A gloria póstuma é que mais fascina um lunático real
Quero que meus textos sejam lidos nos séculos vindouros
Quero ser esquecido por algum tempo.
Sei que o vigor do meu espírito suportara a poeira estelar
E em algum lugar minha obra mesmo desconhecida viverá,
Alcançará a era gloriosa do Super-homem.
Um escritor, assustado com o que produzira pensou em destruir
Aquilo que mais desejou, como um filho espiritual, do coração
Ao observar a virtude de um filho varão, ao constatar sua nobreza
Teve medo de deixá-lo em um mundo cruel, preferiu vê-lo morto,
A pensar no que seria seu futuro em mãos tão vulgares.
Eu penso que o futuro do homem, quanto espécie está nas mãos
De quem plantas flores no deserto, de quem jogar pérolas aos porcos.
Evan do Carmo