Caminho Fatal

Como um rio que,

Premido pelas margens,

Se obriga à foz...

Eu faço meu caminho!

Meu destino é meu desatino...

Insisto em querer parar o tempo

Quando contemplo seus olhos

Vivos em meu pensamento!

Mas sei que o caminho é fatal!

E pra onde vou é certo meu fim...

Nas águas salgadas e grandiosas

Derramarei minha doce ternura...

Deixo para trás meu leito...

Denunciando impávido

Minha existência profunda

A lembrar minha vida rotunda!

Em cada queda...

Em cada cascata...

Uma marca de seu amar...

Um lampejo de ti a me torturar...

Minhas nascentes lá estão...

Insistem em me fazer viver!

E... eu... solitário em meu leito,

Só desejo você! E escolho a foz...

Nasço todos os dias

Num despertar de olhares seus!

Morro todos dias

Na distância de seu amor...

Minha efêmera existência

Se mistura com a permanência insana

Do renascer cheio da esperança

De um dia eternizar-me em ti!

Seja meu oceano!

Misture-me em teus líquidos!

Absorva-me em tua eternidade!

Ame-me com seu amor!

Me deixa conhecer as delícias de tuas profundezas!