O Divino Está Em Nós...
O Ser humano é só uma metáfora para outro ser humano, um signo daquilo que o outro está a procurar. Não se tem uma existência própria, nem uma personalidade própria, porque o que vai tecendo esta malha personificadora é a condição interativa com o meio e outras pessoas produzindo e se reproduzindo na interatividade. É preciso estar atento e ser forte para evitar que essa tendência, alheia a sua vontade, se torne o seu próprio determinismo e lhe impeça de comandar seu próprio destino. O livre arbítrio terá que ser defendido a cada instante. Cada momento só sobrevive a esta ameaça se nele estiver contido uma certa dose de ceticismo. As certezas são muito perigosas, alimentam falsas expectativas, e afundam a alma em frustrações abismais. Afinal a realidade é só uma função de onda, nada é certo, tudo tem a ver com a probabilidade (Mecânica Quântica - Início Século XX).O eléctron pode ser duas coisas diferentes ao mesmo tempo, assim é impossível prever com certeza o que vai acontecer em seguida. O princípio da causa e efeito (Mecânica de Newton - Século XVII) é apenas uma ilusão, alimentando sonhos e esperanças, quase sempre originários das crenças e não da liberdade de pensamento. A questão básica para que não haja fuga da realidade, sem perder a capacidade de sonhar (fantasiar) é perceber o amor objeto. O que eu amo quando amo? Isto desmistifica o amor, remove parte do sublime, e os degraus da escada para ascender a consciência crítica ficam mais firmes, mantendo o ser com um pé nas nuvens e outro na terra. Despertar para interesses que geram necessidades, evidencia o esboço do que aproxima e afasta as pessoas. Os interesses alimentam o sentimento narcísico, que por sua vez, preserva sua própria existência. Isto seria na linguagem religiosa 'ama o outro como a ti mesmo'. Sem amar a si mesmo não é possível perceber o que se ama em alguém, ou em alguma coisa. Sem amar a si mesmo não se descobre o que se deseja, e o foco se perde. Sem foco no objeto, não há objetivo, não há motivação, perde-se a autoestima e cresce a inapetência, perde-se a avidez pela vida. É quando o ser humano é traído pelos seus próprios desejos. Assim sendo, é preciso alimentar a paixão para estar aceso, para estar apto para as lutas da existência. Para isto desejar (sonhar) é fundamental, mas é preciso duvidar porque 'paixão arde, desejo trai'. Tudo isto é o relicário, a parte residual, a parte eterna de cada ser. Algo que está dentro e além do corpo, pois é parte do universo sempre em expansão.
In:'O Divino Está Em Nós...' prosa de Ibernise.
Barcelos (Portugal), 03FEV2013.
O Ser humano é só uma metáfora para outro ser humano, um signo daquilo que o outro está a procurar. Não se tem uma existência própria, nem uma personalidade própria, porque o que vai tecendo esta malha personificadora é a condição interativa com o meio e outras pessoas produzindo e se reproduzindo na interatividade. É preciso estar atento e ser forte para evitar que essa tendência, alheia a sua vontade, se torne o seu próprio determinismo e lhe impeça de comandar seu próprio destino. O livre arbítrio terá que ser defendido a cada instante. Cada momento só sobrevive a esta ameaça se nele estiver contido uma certa dose de ceticismo. As certezas são muito perigosas, alimentam falsas expectativas, e afundam a alma em frustrações abismais. Afinal a realidade é só uma função de onda, nada é certo, tudo tem a ver com a probabilidade (Mecânica Quântica - Início Século XX).O eléctron pode ser duas coisas diferentes ao mesmo tempo, assim é impossível prever com certeza o que vai acontecer em seguida. O princípio da causa e efeito (Mecânica de Newton - Século XVII) é apenas uma ilusão, alimentando sonhos e esperanças, quase sempre originários das crenças e não da liberdade de pensamento. A questão básica para que não haja fuga da realidade, sem perder a capacidade de sonhar (fantasiar) é perceber o amor objeto. O que eu amo quando amo? Isto desmistifica o amor, remove parte do sublime, e os degraus da escada para ascender a consciência crítica ficam mais firmes, mantendo o ser com um pé nas nuvens e outro na terra. Despertar para interesses que geram necessidades, evidencia o esboço do que aproxima e afasta as pessoas. Os interesses alimentam o sentimento narcísico, que por sua vez, preserva sua própria existência. Isto seria na linguagem religiosa 'ama o outro como a ti mesmo'. Sem amar a si mesmo não é possível perceber o que se ama em alguém, ou em alguma coisa. Sem amar a si mesmo não se descobre o que se deseja, e o foco se perde. Sem foco no objeto, não há objetivo, não há motivação, perde-se a autoestima e cresce a inapetência, perde-se a avidez pela vida. É quando o ser humano é traído pelos seus próprios desejos. Assim sendo, é preciso alimentar a paixão para estar aceso, para estar apto para as lutas da existência. Para isto desejar (sonhar) é fundamental, mas é preciso duvidar porque 'paixão arde, desejo trai'. Tudo isto é o relicário, a parte residual, a parte eterna de cada ser. Algo que está dentro e além do corpo, pois é parte do universo sempre em expansão.
In:'O Divino Está Em Nós...' prosa de Ibernise.
Barcelos (Portugal), 03FEV2013.