Pai

Eu que já bati no peito e bradei fortalezas

Hoje acordei inundado de saudades suas

Como um menino longe do seu brinquedo favorito

Lamentei baixinho a tua ausência definitiva

E agradeci a solidão que me cercava

Quando uma lágrima desobediente teimou

Em dar às caras

Lembrei do seu riso no meu quarto de infância

Quando eu deixava a minha cama nua,

e sem cerimônias

ia habitar a sua em algazarras sem fim

Numa profusão de pernas e braços

Irmãos, pai, família...

Laços de abraços, brincadeira de existir, de pertencer

Lá na cozinha barulhos de vida, era ela, a rainha

E eu com o rei...! cercado por um príncipe e uma princesa

na segura fortaleza de um lar.

Dalfré
Enviado por Dalfré em 03/06/2013
Reeditado em 10/08/2014
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