FOTOGRAFANDO OS ANOS.
Chagaspires.
Ontem por acaso ao abrir meu guarda roupa, dei de cara com uma velha caixa que estava guardada lá no fundo de uma das gavetas.
A velha caixa amarelada pelo tempo saltou aos meus olhos como se tivesse criado vida.
Com curiosidade fui abrindo de mansinho e, logo nos primeiros segundos pude perceber seu conteúdo.
A caixa estava repleta de antigas fotografias.
A cada foto contemplada um momento de minha vida era reprisado.
Desde os primeiros meses de vida, até cenas de alguns anos atrás.
Pelos dedos de minhas mãos escoaram como água as épocas de minha existência.
Uma a uma as fotos voltaram a viver as cenas ali representadas.
Tempos passados envoltos pelos anos me fizeram recordar os momentos ali vividos.
Nascimentos, aniversários, minha primeira comunhão, meu casamento; tantas outras cenas inusitadas gravadas pelo olho metálico da máquina fotográfica.
Pude perceber a rapidez com que os anos haviam passados.
O torvelinho das lembranças me fez derramar lágrimas de saudades.
Mais que depressa coloquei as fotos de volta em seus lugares.
Antes de fechar a caixa por completo, coloquei também à saudade para que ela não pudesse abalar a minha compostura.
Aquelas fotos me fizeram compreender que meus tempos estavam findando.