Sombras
O abraço claro envolve o mundo. Silenciosamente, vagarosamente.
As sombras do interior desse abraço começam a se mover.
Olhos que piscam, mentes que erguem seus sonhos.
Penso no Deus que tudo criou e nos deuses que os homens criaram.
Cada sombra algemada à sua verdade.
Sombras do passado invisíveis flutuam. Talvez tenham pena de tantas verdades...
Sombras que pregam verdades que não vivem...
Sombras que vivem verdades em pregar...
Sombras com luz própria, rodeadas por outras sombras que se deleitam com sua luz.
Sombras escuras que exibem sua luz artificial.
Porém não enganam a ninguém...
Sombras pregando a felicidade e a perfeição, falando sozinhas...
Sombras que oscilam entre felicidade e imperfeição, falando e sendo ouvidas...
Afrouxa o abraço claro, a escuridão vem para a substituição.
Adormecem as sombras descansando da labuta.
Acordadas sombras que não descansam após a labuta.
A escuridão com seu silêncio envolve as sombras.
Sombras que bendizem a rebeldia do momento de solidão.
Sombras que se perdem no seu momento de esquecimento.
Seguem a sina do seu momento de abraços.
Claros, escuros...
Até o dia em que será somente uma sombra que flutua, esquecida pelos seus substitutos.