AMANHECEMOS
Tantas manhãs já despontaram em nossa vida a dois,
o claro entrando pela janela fazendo riscos nos lençóis.
Repetem-se os amanheceres como se as noites fossem pontes
e continuamos, normalmente, uma conversa interrompida.
Ali na parede, a foto de quase três dezenas de anos
desbotada, mostra nossos olhos felizes e reluzentes,
nossas mãos bem unidas, a minha tão fina guardada
na sua, há trinta anos, sente o calor de sua pele.
Hoje, enquanto chove lá fora, admiramos nossa imagem
eternizada e é tudo tão lindo desde o buquê até agora.
Sorrimos um para o outro e mais uma vez nos descobrimos,
Sabemos que nada desbotou, além da fotografia na parede.
Londrina, 28 de maio de 2013, 10:30
Dalva Molina Mansano