Amor sem ressalvas
Apenas o amor,
Sem reservas,
Transcende todas as esferas
E descobre o véu que abarcas
Em ti.
Ele – e apenas –, sem nenhuma reticência,
Foge ao ciclo da racionalidade
E enxerga um mundo maior,
Dentro de ti.
Só o amor, amor,
Conhece a essência – que também é a própria beleza –
De todas as coisas,
Porque ele alumia até a própria luz de que é luz.
O amor, que é feito de todas as coisas
(E é, também, todas as coisas).
Pela intelecção,
Pelo uso de todas as formas possíveis, determinadas e determináveis,
Não verei o que realmente és, sem amor.
Todavia, ao abandonar, por um pouco, esse Eu que me confunde,
Posso enxergar em ti o que antes não existia,
E que não existia pois eu próprio não concebia,
Mas que, posto às claras (como só o amor sempre faz),
É reluzente de pura e imanente beleza essencial,
Pois é a tua própria realidade nua, amor.
É o que és, pura,
Sem antes, sequer, existir.