Carta ao ego
Caia lágrima, faça seu caminho.
Caia como sangue de minh’alma ferida.
Caia como ácido corroendo o coração.
Caia, simplesmente deságua.
Há tempos que este coração mesmo forte, pouco bate, mais apanha.
Enclausurado, tenho um sentimento protegido em meus pensamentos e negado por, quem sabe, uma sabedoria. Tenho um sentimento em coma, um sentimento que parece ter morrido antes mesmo de nascer e quem o matou pouco importa com o que deixou para trás.
Toda forma de morte faz algo nascer e no meu caso, o sangue derramado como lágrimas, hoje fúnebres, fez um sentimento que embora vivo não é mais emocional.
Ele matou meu amor, ele matou meus sonhos, ele matou tudo que eu eu queria ser.
Hoje sou tudo, menos o que sonhei.
Sou forte por dores que carreguei sem pestanejar e sempre com sorriso no rosto e uma frieza singular,m. Demonstrei um contentamento que jamais pude experimentar. Sou sábio, embora não tão inteligente. As brincadeiras com meu amor tornaram-me um jogador sagaz; enfim, um triste. Sou a sombra das fantasias que criei e que foram queimadas vivas. Fez-me um imbecil, pura carne e pouca alma, de sangue e pouco amor (ou nenhum)!
Jurei com todo sentimento que tinha, eu jamais iria chorar e o sonho se realizou!
Uma pena!
Hoje, sou incapaz…. Incapaz de ser mais carinhoso… Incapaz de afetos vários…
Depois que ele (o amor) morreu, eu morri também!