Cordel Japonês
lhe consegui dizer que ficaria, num sussurro, por estar já perdido em meio aquelas sensações, que chamaríamos depois de encantos múltiplos.
Os pés, primeiros desnudos ao se tocarem tornavam nossas pernas víboras em resumos de um cio. Acima, nossas próprias fontes térmicas ao se aquecerem, clamavam por jarros de frescores, mas só atenderíamos depois. Se alguém, ao adentrar àquela alcova de janelas embaçadas e nebulosa, não procuraria atiço, já estaria em chamas. Cerejas e maçãs de carne só não eram devoradas porque tinham, vívidas, um sabor incomum. Aos dias seguintes, amparados nas lembranças, teríamos que ser estapeados por anjos, pra não adentrarmos tenros ao paraíso. Aqueles sons, intraduzíveis aos outros, bem poderiam ser um cordel em japonês..