Liberdade
Sou águia que voa longe
Mirando um monte
No qual pousar
Tenho asas
Planando ao vento.
Deixo que me leve embora.
Já é hora.
Como alento descansarei.
Escolho um pico agradável.
E ali eu estarei.
Cuidei minhas crias
Para que pudessem voar.
Dou-lhes como escolha
A liberdade.
E a fuga da maldade.
Não tenho relhas
Tão pouco amarras.
Nenhuma marca.
A registrar.
Atravesso nuvens
Rompendo raios.
Raso a tempestade.
E a driblo com vontade.
Não me permito molhar.
Nem garoa me atinge
De penas
Impermeáveis
Me fiz.
Os montes,
Por mim esperam.
Dos ovos nem cascas.
Restaram.
As Tempestades,
Ultrapassei
A que bando
De andorinhas,
Como águia
Temerei.
Gracia Fernandes.