CALABOUÇO

Nem tudo é tão difícil que não mereça solução,

Cara feia,

Cara amarrada,

E como se, de azedume

Vivesse o coração...

Já bastam as doenças,

Que o corpo não te pede...

Então proteja tua alma

Das amarguras que te impedem...

Arrumar tuas gavetas,

Limpar tuas vidraças...

São também formas de ver a vida

Do outro lado,

Com mais graça...

Se o stress te apoquenta

É de ordem positiva,

Pois pior que ter trabalho

E buscar sentido em vida...

Não invistas em problemas

Naquilo que é apenas situação...

Tua vida é muito mais que isso,

E apenas uma condição...

Ninguém fica por muito tempo

Num lugar que não suporta...

Pois se a desilusão for real,

Como num passe de mágica

Chutamos e abrimos a porta...

Tire esse pijama,

Que o corpo já não suporta...

Pois ao deitar-se na vida

Estarás renegando a sorte

De alguém que ganhou um dia

O dom de ser forte...

Se por pouco te deprimes

Incompetente é tua sina...

Fez-se feto, e um dia ganhaste o mundo

Com certeza não te cabe estar morto

Vivendo moribundo...

Saia desta zona de conforto

Que te prendeste ao temer o cada dia...

Acredite que estas de passagem

E não terás outra chance

Se perderes o gosto pela vida...

Seja grata!

Seja firme!

Não encraque

Com as pequenas coisas,

Teu tempo, desta curta vida...

Ao fechar-te nos calabouços

Das engrenagens da vida...

É com se permitisse, viver morto

Embora com vida...

Então, não perca tempo

Com esse discurso...

De que não vês sentido,

E que tudo te parece estranho

Em meio a tanta gente conhecida...

Este é apenas um padrão

No qual escreveste a tua historia...

Comece a reinventá-la

Criando um final,

Agora, com mais gloria...

Pare de historinhas

De que a vida não te compreende

Acorde para o mundo,

E olhe o que há pela frente...

Prender-te as dores do que já passou

E conviver com um final já conhecido...

Assim não te comprometes

A desbravar o desconhecido...

Fica fácil então,

Viver contando a mesma historia,

Com os personagens e os enredos

Que já fazem parte de tua memória...

Mude o trajeto,

E o rumo da própria vida...

Reinvente um passado

Para no futuro ter a melhor historia...

Se permita

A viver um novo amor...

A dar cabo da tristeza,

A sorrir do que chorou

A levantar do que escorregou...

Pois o único terminal

É quando a morte chega

E diz!

Tua vida acabou...

Então nesse dia,

O tempo te levará

Para longe desse cenário...

E por ironia,

Sentirás saudade,

De quando tudo começou...

Permita-te ficar triste

Mas da tristeza não alimente tua vida...

Ao viver-se deprimida

E como se não se permitisse

A desfrutar da própria vida...

Venha pra rua

Onde tudo tem movimento

Em cada um que passar

Sentiras o firmamento...

Cada um com sua historia e,

Nenhuma poderá ser menor que a tua...

Pois somente mensura a dor,

Aquele que a tem,

Como se fosse somente sua...

Permita-te ficar magoada

Mas da magoa não alimente tua vida

Pois as magoas armazenadas

Não cicatrizam as feridas...

Se as finanças te apertam,

Pense com mais medidas...

Não precisas fazer fita

Para te sentir merecedor,

Como se a aparência desse sentido

Fazendo-te vencedor...

Não cobre tanto dos outros

Aquilo que você não da em troca...

Pois ao te preocupar apenas contigo

Não enxergas o que há a tua volta...

Desperte para a vida

Pois ela é muito curta

Num piscar de olhos

Ela finda

E te deixará fria

Seca, cega,

Inerte e muda...