Foram pequeninas, de tatear incerto; bateram palmas em inocente alegria.
Acenaram ao vento, soltaram beijinhos... Aprenderam a pegar no lápis, traçaram rabiscos.
Veio a descoberta... Escrever o próprio nome, sobrenome, identidade, que cada um de nós traz  consigo.
Cresceram, tornaram-se grandes; construíram... Destruíram.
Na areia foram feitos castelos, que pouco duraram... O mar  com suas espumantes desfez, castelos  e sonhos...  Essas mãos não os puderam segurar.
Mãos que docemente formam sustentadas,  para evitar a queda, o tropeçar... Hoje  são amparo.
As mãos fortes que me guiaram no passado... Apresentam-se  frágeis.
Olho as mãos santas, gastas  e, enrugadas, calejadas pela vida;  contemplo as mãos que duramente trabalharam para me alimentar, pegaram-me no colo, carinhosamente, jogaram-me nas costas, para comigo rodopiar... Hoje trêmulas voltam ao estado primeiro - com o amor multiplicado.
Meu pai... O tempo voou – sou pai!
Ensino aos meus filhos o que aprendi com você.
Quem sabe,futuramente,algum deles verá em minhas mãos, o que vejo nas suas mãos?... 



EstherRogessi. Prosa Poética: MÃOS, Recife,13/08/09.

 
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EstherRogessi
Enviado por EstherRogessi em 25/05/2013
Reeditado em 03/06/2013
Código do texto: T4308537
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