Aos heróis
Como cantar vitórias épicas, se as aventuras marcadas com fogo e sangue se perderam? Como trová-las, se até os antigos vencedores se tornaram pó de uma vida árdua e sem roteiro? No fim, eles também foram vencidos. Derrotados, não pela guerra, mas pelo tempo que perderam.
As sombras e cinzas nos caminhos que passaram agora são desertos. Não há troféus, nem medalhas. São apenas velhos caminhos incertos. Ali não há aconchego para os pés cansados, não há canção, nem vinho para os descendentes desafortunados.
A terra que conquistaram para outros, hoje, só serve de sepulcro sem nomes para reconhecer. Guardam os restos daqueles que tiravam vidas no lamento de sobreviver.
Suas lápides são apenas pedras. Sem títulos, sem nomes, sem marcas. Não representam a vida, nem as suas cicatrizes tão fartas.
E nos dias atuais, quantos heróis assim ainda sobrevivem com esperanças herdadas? Por que lutar por alguém que teme a sombra da foice e jamais levantou uma espada?
Para você, guerreiro sem nome, que luta para um dia ser lembrado. Deixo aqui o meu lamento, sempre sonhará sem conseguir construir seu legado.