As estações.
Assim que acabe este verão, guardem o calor deste sol e roubem da estrela o brilho que levaram nos olhos, aguardando os azuis nos tons de um velho céu que o dia ou a noite encantem e se enamorem nas ilusões.
Aparecendo o outono, procurem em que parte da estrada, nos dourados de tardes que se findem, salpicadas do amarelo de folhas caídas pelo chão, esconderam-se as pegadas do carinho.
Quando o inverno vier, descubram outros atalhos que um risquinho de lua possa iluminar, recantos ocultos de ninhos vazios ou lugares secretos, e bebam os cristais cintilantes e orvalhos, aquecendo os frios nas labaredas de lembranças.
Na primavera ao renascer, redescubram a trilha de perfumes nos matizes das flores para colorir a vida e, desafiando alturas, resgatem, na esperança, o que não possam deixar morrer.
Até que se reiniciem e se renovem as estações, enquanto vida, este será o amor: a liberdade sem tristezas na intensidade sem medidas de todas as emoções.
O amor é como uma brisa que viaja na direção das nuvens no manso silêncio de sombras encantadas, que se enfeitiça na dança dos olhos, trazendo paz docemente sussurrada pelos ventos que enriquecem a alma, encorajando e embalando os sonhos.