noite de ela
há I`ausência
ancestral que nos acomete
quando uma piscada de vaga-lumes
nos inunda com sua scintilla de
abrilhantar coisas, outrora, inúteis
e de despropósitos
povoados em labirínticas
enseadas
aparecem como se fossem brotos
rebentos em folhas rasas
verdes
é noite para alguns:
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e I´insônia a te despertar:
convite em consumar a noite
em reverência lunar
sim, és insone à I´tipo de inquietude febril
(teus olhos envidrados de tão ruidoso sonhar
em pálpebras despertas)
não sabes bem desta amplidão de espaço
nocturno (me)
que te toma a liga de células tuas
mas há fluências
de tremores
inóspitos de não saberes aquilo cunhado no vazio
inominados na falta
( tantas que te enfeitam a cama de lençóis
de algodão barato, texturas já abertas em vários gomas,
a pobreza dorme ao lado)
assaltadora de sonos alheios
ela é bandida noturna
de sonhos ainda não sonhados
formadora de tempestades
nascida ao acaso:
sem mais para o delírio
lança-se a roubos
de outrem
meliante de alcovas quietas
num baile de criaturas de pálpebras inchadas.
mas ela tem toque
de amanhacer
em pétalas rubro-líquidas
Eros/lençõis tensos agora de sedas
porque teu corpo arde
ao brilho destes insectos
verdes luminosos
arde em estranhas tramas
tecidos cujo vazio solitário
está a passos de Dionísio
ainda adormecido
(viver ao avesso
por existir
simplesmente
em outra margem)