O POETA ÀS VEZES MENTE
Os sonhos que um dia vestiram as meninas dos meus olhos,
Hoje cochilam nas minhas lembranças...
Nunca me preocupei se eles eram leves ou pesados, nem mesmo se tinham cor.
Mas me preocupava que os seus fossem de espuma e coloridos!
Agora, a noite já madura, passeia sobre mim e vela pelo sono que não chega.
Abro os olhos cansados de saudade.
Das mãos vazias o carinho escorre desgostoso.
Há segredos guardados no céu da boca.
Há soluços presos nas cordas do coração!
Mas devo confessar-lhe que o poeta às vezes mente.
Remova o pó da sua memória, veja se encontra resquícios de verdade
por debaixo das palavras.
Se necessário, abra aspas no tempo, enquanto desnudo lentamente o meu coração!