Retrato de uma vida.

Os caminhos e descaminhos da vida,do esplendor da manhã,ao escurecer da aurora...

O caminho posterior de nossas atitudes,muitas vezes impensadas,podem levar a um final triste e estarrecedor..

O homem nunca dá cabo de sua real situação transitória neste mundo,deveras Deus deixou escrito na bíblia,que ele mesmo pôs a ideia do tempo indefinido no seu âmago,nunca concebemos a ideia do nosso próprio fim...

Uma história triste que se passou,tendo o sol por testemunha,e a brisa leve,que a tarde compunha..

retrocedendo aqueles instantes finais em que duas vidas se despediam

apenas através de um olhar,

relembrando as marcas do passado,um segredo guardado,

um lamento,um pesar..

Dois irmãos e uma história que certamente

ainda que com suas indisposições,poderia ser diferente.

nos desenlaces da vida tomou um contorno nada salutar,

qual brisa que se transforma em tempestade,

assim se deixaram enredar,

marés bravias,nasceram em seus corações,pela ação do egoísmo,

intolerância,ingratidão..

O tempo não poupa ninguém,assim como todos vem,

um dia também se vão...

e nesse devaneio da vida os irmãos se abstiveram do perdão,

os acertos de tantos anos perderam para os erros de poucos,

e assim carregavam ambos uma mágoa no coração:

Desde o dia em disseram:

-Jamais quero ver-te novamente,mal agradecido,trapasseiro,mentiroso!!-disse ela,os olhos em lágrimas

-Meus olhos não tornarão a ve-la,maldita!-disse ele,o peito rasgado

E ambos assim foram para cantos opostos,o ego exaltado,

o coração petrificado..

Nas delongas da vida após anos vieram a se reencontrar nesse momento trágico,

ele mal podia respirar,havia sofrido um infarto.

Ela viera pela manhã,aguardava a familia do lado de fora do hospital,

pressurosa tentava arrumar vaga para o irmão em outro local..

a tarde veio e com ela uma vaga surgiu,

foi então que o trouxeram para fora,foi assim que ele a viu.

e ela ao vê-lo naquela situação,não pode deter uma lágrima..

ela permeou seu rosto,ele a fitava sem parar

buscando atônito,ar para respirar,

foi colocado na ambulância,as portas abertas,o motorista deu a volta

recebera algumas diretrizes.

Os olhares agonizantes cortavam o espaço sob um silencio inquietante,

-perdoa-me-diziam em olhares,sem ter coragem de falar.

desatino das palavras que um dia disseram,tudo era vaidade.

e foi num momento brusco que o motorista veio fechar a porta,

os olhos dele a seguiam até que a ultima luz se fechou sobre si.

Dias depois ele se foi sem dizer adeus, sem vê-la novamente,

ela não teve coragem de ir vê-lo,chorava amargamente...

Retratos de uma vida,sempre é tempo de perdoar,de se amar...

de se reencontrar,de se doar..

Existe uma batalha dentro do coração que devemos diariamente vence-la:a barreira do ódio,das frustrações,e do apego material.

nada trouxemos a essa vida,

e nada levaremos dela...

Mario B Duran
Enviado por Mario B Duran em 17/05/2013
Reeditado em 20/05/2013
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