Rosas Secas

Se pudesses ouvir o som que evacuava por todo meu quarto durante a madrugada, se pudesses adentrar por entre as frestas da janela, seu perfume me manteria acordada, seu abraço me resgataria de uma tristeza encravada. Eu contemplaria teu sorriso durante horas, não te deixaria ir embora, eu penetraria entre seus neurônios e chegaria em teu sistema nervoso, lhe proporcionando um mundo novo, com um horizonte menos nebuloso. Te aqueceria somente com um soprar, tu recordarias uma vela; libertaria sua alma como se te libertasse de uma sela. Acariciaria sua pele macia, e se estivesse oprimido, tiraria de mim para lhe dar toda a minha alegria, eu cuidaria de você, eu juro. Mas você não veio, você não me ouviu, tampouco ouviu meu clamor por teu nome nas frias noites de julho, tampouco ouviu o som que fazia quando caia uma lágrima, pode parecer insignificante mas la no fundo o som era forte, como auto-falante. Desejava saber se estarias olhando para o mesmo céu que eu observava naquele momento, tentando chegar entre alvorosos, ao teu aposento. Repousa em mim a ferida que deixaste, sózinha cicatrizaste. Se sentir o vento, ao soprar em teu rosto angelical, pense um momento: As rosas secaram por conta do teu mal.

Débora Foz
Enviado por Débora Foz em 16/05/2013
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