A seca que maltrata

Nos largos campos do sertão,

vastidão, secura, silêncio e tristeza,

é o que está encravado em seu quinhão.

A lágrima seca do sertanejo,

quando caída não chega ao chão.

Seu silêncio cabisbaixo reflete,

a dor que corta seu coração.

Tem seus sonhos enterrados,

mas seus bichos não enterra não.

Tem suas esperanças ressequidas

como o solo do sertão.

Tem suas ideias perturbadas,

não vê saída não.

Olha o céu, pede a chuva,

de onde vem o seu pão.

Olha o filho, olha a filha,

não tem o que lhes dizer não.

Promessas vãs não lhe ocupam

a mente, nem o coração.

A canção do sertanejo é triste,

mas dela ele precisa também.

Pois até mesmo a estiagem

com toda dor que ela traz,

precisa ser cantada em verso,

e declamada como lhe apraz.

Wanusa Pinto
Enviado por Wanusa Pinto em 16/05/2013
Reeditado em 16/05/2013
Código do texto: T4293434
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