Labirinto
Sobre certos formatos de palavras e os abusos na forma de usar. Sobre certos abusos nos formatos, na forma de usar as palavras. Sobre certas formas de uso, o formato da palavra e seu campo de concentração, o uso desse formato e seu tempo de duração. Sobre este labirinto dentro dos formatos. Os atos que a palavra forma. A reforma sobre os formatos, o sentimento, o sentido, a ação, a atração, o inferno que os outros são, a direção, o espaço entre o pico da montanha e o chão, o tamanho da onda formando a maré, o surfista dentro da palavra mar, a miragem que a esfinge faz, a lua na Capadócia e aqui neste sertão, a tumba egípcia, o tombo do coração, uma alma zen e a outra não, a construção da engenharia, a desconstrução da poesia, o céu da África, o oceano, a Oceania, a rua e a contramão do vento, o sentido desandando no desatento, a desatenção da tarde indo embora no tempo, o olhar e o que há de verdade por dentro, o samba que mora no luxo, mas é lamento, o melhor do beijo é o que vem dentro. Fora a questão do amor, o mundo é intolerante e violento e é por isso, sobre certos formatos de palavras e os abusos na forma de usar é que o mundo é redondo, cheio de gente, buracos, abismos, absurdos, ovelhas virando lobo, rebanhos abduzidos, bondes lotados de desejo e funk e tantos resultados desinteressantes do formato impróprio de dizermos EDUCAÇÃO.
(produção Palavra N'água - texto Paulo Viggu)