Só uma coisa não mudou

Raras são as vezes em que isso acontece. Mas aconteceu. Dizem que foi num fevereiro chuvoso, desses de chuva de verão torrencial. Outros dizem que foi em dezembro, antes do natal. Enfim, não faz diferença.

Naquele dia chuvoso, em pleno meio-dia, o tempo andou para trás. Todas as pessoas em volta olharam para seus relógios sem entender nada. E tiveram a oportunidade de rever seus atos e pensamentos passados, refletindo sobre suas causas e consequências.

Um mendigo que andava pela igreja do centro pediu um dinheiro para comprar pão e foi imediatamente atendido pelo transeunte que por ali passava.

Uma velhinha que pedia para atravessar a rua a uma pessoa, foi prontamente ajudada por um homem que estava por perto.

Um deficiente físico foi auxiliado por uma pessoa para ultrapassar as barreiras da rua acidentada.

As pessoas, enfim, tornaram-se menos rudes e mais generosas e prestativas. Só uma coisa, o tempo voltando atrás, não mudou. A imensa fome de vida que devorava o coração de todos continuou a mesma. A grande necessidade de uma existência abundante continuou afligindo as pessoas.

É que tal coisa o tempo não pode mudar. Essa ânsia de vida só o presente pode alterar. Essa mudança ocorre num átimo de pensamento, talvez menos do que isso, num micro segundo do qual o homem toma consciência de que está vivo e que para tal coisa não existe tempo, ela existe e é só...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 13/05/2013
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