LIMPEZA

Passo posso passar

Pensamentos penso pensando

Caminho caminhos estranhos

Estranhamente são caminhos descaminhados

À noite dedico sonhos

Que um dia, já, quem sabe,

não saberei louva-la

Em prosa ou poemas,

não importa

É tempo transcorrido

É tempo (trans)vivido

Jaz sobre a relva,

gotas de orvalho e lágrimas esquecidas

Promessas feitas e mentidas

Um nada que nada seja,

apenas sonhos sonhados

São caminhos percorridos

a espera da estrela guia

Um menino na esquina vende balas

Nos faróis, carros transportam luxo

e o lixo se acumula nas esquinas e nos jornais

Um pastor acusado de estupro,

algemado nega, e todos se calam

Numa noite fria um jovem mata outro jovem

Em passeata, hipócritas pedem justiça

Às cadeias!

Às cadeias!

Clamam autoridades e hipócritas cidadãos

Um menino na esquina vende balas

Nos faróis, carros apontam o menino

que tomba, inerte e rijo

Um sonho interrompido