MADRI

Um dia, assim como Audrey Hepburn, Woody Allen ou Che Guevara, eu gostaria de visitar a Gran Via. Não pela badalação do lugar, mas para me sentar no meio fio dessa calle, no coração de Madri, só para saber exatamente o que há por lá. Saber se aquelas angústias incertas que oprimem o nosso peito de vez em quando terminam mesmo ali. Ou se é ali, na magia do centenário lugar, que as paixões explodem em cores, tatos e sussurros indescritíveis. Ou se é nesse eterno boulevard que os olhos ansiosos de chorar de emoção recolhem para dentro de si suas lágrimas, com vergonha de expor sua enganosa fragilidade. Não sei se numa tarde de setembro, ou em outra estação qualquer, mas quero me sentar à beira desse caminho. Algumas coisas de Madri eu já sei. Outras ainda não.