Cartas em branco
Estou aqui querida!
Espero que estejas a me observar, assim saberás que as letras tem se distanciado das linhas do meu peito, deixando em branco o coração ao qual deveras preencher.
O que há no seu diário nesse momento?
Quisera fazer parte ao menos de uma linha, seria o suficiente para saber que seu coração ainda bate por mim, mesmo que distante, sem que eu possa ouvir.
Chorar não tem me aliviado, no entanto, lavo-me em nostalgia.
Sabes o quanto me alivia transpor essa saudade que inflama minha vida, por isso, a onde estiveres me proteja, pois não tenho mais a minha fuga desse mundo que tem me parecido imundo. Nessa imundice que tenho me deitado, sinto-me oco, frio e distante, não tão quão gostaria, visto que, não seria tão ruim.
Tenho tido muito o quê escrever, mas as letras têm fugido junto com o senso de ser justo e pacato. Talvez eu tenha me transformado no que mais detesto e, me dói saber que não ligo, pois se perdi a melhor parte de mim, a pior pode ser minha única alternativa.
Espero que não fique brava por não ter sido tão boa pessoa, saiba que suas lembranças são a fonte da minha virtude e por mais que as letras fujam, sempre restará amor para buscá-las e lágrimas para mantê-las límpidas.