Doce Amargo

Há um tipo de amor que seu doce é amargo.

Eu já fiz algumas pessoas sentirem esse gosto e atualmente, mais uma vez, eis que sinto. Parece que estou com uma azia que não dói. A língua desnorteada à procura do beijo da boca de uma certa mulher confunde o sabor dos alimentos que mastigo, meus dentes parecem moles e a água parece ter gosto. Naturalmente essa sensação começa na boca insaciável e de tão forte contamina meu corpo, minha mente e meu espírito. O joelhos parecem fracos sem força para segurar o corpo. Os braços frágeis parecem que não conseguiriam nem segurar uma vassoura, quanto mais varrer.

É doce porque sinto. É amargo porque não tenho.

Não acredito que seja amor não correspondido. Também não acredito que seja amor mal-direcionado. Na verdade não quero acreditar...

Parece virose, mas quem dera fosse. Pois remédio pra isso não se compra em drogarias.

Parece um sabor, mas quem dera fosse. Pois aqui na minha boca não consigo captar.

Parece ressaca, mas quem dera fosse. Pois com o passar do tempo apenas aumenta mais.

Parece amor, mas quem dera fosse. Pois amor de verdade acontece sem avisar.

Não, não! Eu continuo me enganando. É isso!

Ó! O amor! Quando acontece é lindo, quando não, é inimigo.

Queria te achar no chão de uma rua qualquer e eu iria te cuspir pra sair da minha boca esse amargo que me envenena. Eu nem sinto mais gosto de nada do que como. Na verdade, nem sinto mais fome. Bebo água e sinto um gosto azul, as vezes amarelo, quando não, marrom.

A situação é crítica, pois o medo me bebe pra ficar porre mesmo (cinco grades de mim) e a esperança me segura de um abismo com seu dedo mindinho. As paredes que antes já tinham ouvidos, criaram bocas. O violão prefere a poeira do que meus dedos, pois, só ele sabe que nenhuma nota irá dá certo. Os acordes menores: ré menor, mi menor, lá menor, si menor fizeram até abaixo-assinado pra não permitirem minha estadia!

Ah! Se já andando pela casa eu vejo e sinto os objetos assim, imagine agora se eu sair pra rua. E o pior é que tenho que sair. Isso tudo é muito sério porque o homem sempre faz as coisas pensando numa mulher. Se não houvesse esta mulher o homem não teria metas. E sem as metas o homem não seria nada, porque ele já com elas, quase não é.

E olha que eu gosto da solidão... (Stand by) E também gosto de pôquer. As vezes o all-in vem antes do flop (apostar todas as fichas antes das cartas caírem na mesa), mas geralmente se faz isso com um par de ases, mas no amor, você aposta tudo com uma mão 2 e 7 de qualquer naipe! É a pior mão do mundo, você acredita? Se ganhar, é o mesmo que jogar uma pedra e receber um beijo. É como ganhar dinheiro apenas dormindo. Mas o sentimento de adrenalina é ótimo e o instinto masculino aspira desafios. Por isso, esse doce amargo na boca. Por isso, essa chance de vencer em 1%.

Não sei... Caminho no sol quente com frio. O tempo passa e a culpa não é minha. Eu logo estarei em outra estação e muitos irão ficar pra trás e outros mais pra frente. Sem mais, ainda amo e muito!

Albenizio Júnior
Enviado por Albenizio Júnior em 11/05/2013
Código do texto: T4284998
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