Como uma planta, à espera de algum carinho, já sinto a falta da chuva fina, que visita meu chão, mesmo no outono. Se ela tarda falta-me o ar, a umidade, o verde revelado em fortes cores. Quero pisar na grama molhada, sentir o cheiro de mato, da clorofila que se desprende de algumas plantas, correr depois para secar os cabelos, tomar um chá na varanda, observando a paisagem que fica dançando sob as águas, recebendo promessas de novas belezas. A chuva tamborilando nos telhados é linda canção de ninar, faz ter bons sonhos e sono. 

Quanto à Mãe natureza, as sementes escondidas na terra, perdidas ou ali jogadas aleatoriamente pelos pássaros e vento, precisam de gotas benéficas para germinarem, ofertando flores e frutos. A agricultura de época também necessita desse benefício e os rios mantem-se vivos, criando peixes e dando água a todos os animais. Quero a chuva companheira, alegre e alvissareira, nem que seja por alguns minutos, pois a seca me marca em tristeza, como árvore seco as raízes, estendo os galhos finos sem folhas, esperando da chuva um único e sincero abraço.


08/05/13



 
Marilda Lavienrose
Enviado por Marilda Lavienrose em 08/05/2013
Reeditado em 15/08/2015
Código do texto: T4280108
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