AONDE ESTÃO TEUS OLHOS
(Sócrates Di Lima)

Volvo a face para o teu carinho,
Sinto a brisa roçar minha tez,
Na liberdade de um passarinho,
Fecho os olhos e te sinto outra vez.

Aonde estão os teus olhos,
Que os meus não os veem,
Parece que sofri esbulhos,
Tiraram de mim isto também.

E quem os tirou!
- O tempo e a distância,
E para onde os levou,
Não tenho a mínima consciência.

- E isto importa ?
Por certo sim...
- E teria volta?
Não, os olhares chegaram ao fim.

O problema é que depois desses olhares,
O tempo se fechou e a distância dobrou,
E mesmo que os procure em tantos lugares,
Não os verei mais, e isto já se concretizou.

E aonde está aquele sorriso largo,
Que se perdia no tempo e no espaço,
Eles eram como um afago,
Depois dele vinha um delicioso abraço.

Também, não sei por onde anda,
Posso até dizer - que não quero nem saber!
Mas, a merda que pega, é a saudade que desanda,
E ferra a vontade de não querer.

Posso até dizer que não estou nem ai!
Que tantos outros olhares me aportam,
Mas, e dai!
Será que algum deles me confortam.

Aonde estão seus olhares, mulher,
Que os meus não enxergan,
Devem estar em um lugar qualquer,
Como os ventos que para tão longe levam.

E assim, olho a tarde,
Pelas frestas das janelas de então,
E se por certo a saudade invade,
Covarde se faz o meu coração.

Enfim, não devo me entristecer,
Nem tão pouco chorar os desencantos,
Há tantos outros olhares ao anoitecer,
Espalhados por todos os cantos.

E um dele pode me encontrar,
É disso que me ocupo agora,
Se a Lua e as estrelas resolverem me enxergar,
Não enxergarei mais, os olhares de outrora.








 
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 03/05/2013
Reeditado em 03/05/2013
Código do texto: T4272306
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