Meu universo de criança
Parar e se recordar
Ver como a infância era linda
Inundada de poesia
É ao mesmo tempo
Ver que crescer traz experiências
Mas ofusca a magia
Parar e olhar pra trás
Ver como o tempo castiga
E cura a ferida
É ao mesmo tempo
Ver que maturidade traz vivências
Mas ofusca a poesia
Quando eu era criança, andava como criança;
Pensava como criança, vivia como criança;
Corria pelos campos e não entendia
Como poderia haver orvalho
Não entendia, não chovia.
Olhava para o céu quando então chovia
E o arco-íris se formava
No final haveria ouro? Ouro de tolo? Poderia?
Minha cachola imaginava
Que ainda no arco-íris haveria magia
Transformação
Viraria menino? Temia
Coisa de criança, ilusão.
Quando cresci abandonei tais coisas
Deveria então como jovem de hoje agir?
Pensar demais, sonhar de menos.
Chorar demais, sorrir de menos.
Arco-íris perdendo o encanto
Orvalho perdendo a beleza
Parar e me ver agora
É saber que as coisas mudam
E o tempo passa
Perdem a beleza
Perdem a graça
Mas no sorrir e ver tudo se refazer, esperança.
Deixar-me inundar no meu ainda universo de criança
Saber que posso deixar até perder a magia
Mas nunca poder esquecer-me da poesia